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GM anunciou recentemente a demissão de 1840 trabalhadores da planta de São José
dos Campos com o fechamento da linha de produção MVA. Em primeiro lugar, é
importante que compreendamos que esta decisão da empresa é parte dos ataques da
burguesia em todo o mundo que tem como objetivo jogar a conta da crise
econômica mundial nas costas dos trabalhadores, que no caso da GM já custou o
emprego de mais de 40 mil trabalhadores em todo o mundo desde 2008. Para se ter
uma idéia do significado destas medidas a produção de veículos por funcionários
saltou de 34, em 2008, para 44 em 2011.
A GM fechou 2011 com um lucro limpo de US$ 9,3
bilhões. No Brasil, vem batendo recordes de produção e vendas nos últimos 4
anos. Em 2012, o mercado de automóveis vai crescer 3%, segundo a GM. Portanto,
novos recordes se avizinham. O que a empresa pretende com as demissões é
aumentar sua produtividade, diminuindo o número de trabalhadores e aumentando o
ritmo de trabalho.
Em 2012, devem ser produzidos 27 veículos por
trabalhador. Com as demissões, a empresa passaria a garantir uma produção de 33
carros por operário, igualando-se com a média mundial.
O plano da GM é forçar os trabalhadores
norte-americanos a produzirem como os latino-americanos, e estes como os
chineses. Para isso, quer aumentar a produtividade, baixando os custos com mão
de obra.
Por outro lado, desde o início da crise mundial o
governo deixou de cobrar das montadoras R$ 26 bilhões em impostos. Isso custou
ao país o equivalente a R$ 1 milhão por vaga criada.
Só para comparar, a GM gastou cerca de R$ 100 mil
com cada funcionário em 2011. O dinheiro que o governo brasileiro abriu mão
equivale a 10 anos de salários de um trabalhador da GM. A política econômica do
governo deveria no mínimo garantir a manutenção dos empregos. Dilma não exigiu
sequer um ano de estabilidade em troca dos benefícios. Além disso, não está
evitando as demissões. O plano do governo significa um custo altíssimo para os
cofres públicos, não garante contrapartidas aos trabalhadores e é ineficiente
quanto à garantia dos empregos, pois as montadoras continuam demitindo.
Neste sentido o acordo firmado no último dia 04
de agosto foi importante para que os trabalhadores possam se organizar para
lutar em defesa de seus empregos que continuam ameaçados e estamos ao lado dos
trabalhadores nesta luta contra os planos de demissão em massa da GM e na
exigência ao governo Dilma de que defenda os empregos decretando a estabilidade
para todos os trabalhadores.
Representantes de Escola da região de São Miguel e Itaim Paulista reunidos em 16 de agosto de 2012