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quarta-feira, 10 de abril de 2013

O problema do trabalho doméstico não é o salário da empregada



A “Rainha do lar” hoje teme em perder suas serviçais, é assim que a mulher de classe média tem se sentido diante da nova “PEC das Empregadas Domésticas”.

Responsável por todo o serviço doméstico , a “Rainha do Lar”, a mulher,  é obrigada a administrar tudo que diz respeito à sobrevivência da família entre as jornadas de trabalho, as roupas limpas dos filhos e marido, a alimentação de todos e a própria limpeza do local onde a família repõe suas energias para seguir no dia seguinte.

Nada mais óbvio, portanto, que dividir ou repassar essa tarefa a outra pessoa, mediante o pagamento de um salário. Mas nem tudo está tão nítido.

No Brasil da herança escrava, ainda se usa a mão de obra feminina e na maioria das vezes negras como se estivéssemos fazendo um favor às meninas pobres do interior. É nada mais do que um resgate da pobreza, onde ao dar abrigo e comida, a única coisa que as patroinhas da capital exigem é “ajuda no lar”.

A marca dessa cultura foi tão profunda em nossa vida que até hoje se constroem minúsculos apartamentos com ainda menores quartos junto à lavanderia, onde se espremerá uma menina carente do interior.

Isso é um dos fatos que explica a polêmica com uma lei que garante o mínimo às empregadas domésticas, o direito a serem trabalhadoras e não escravas.  Segundo o próprio site da Câmara dos Deputados, uma “dona de casa” gasta em média R$ 832,00 com uma empregada, pagando todos os gastos passará a gastar R$ 915,00.  Uma diferença que não transformará efetivamente a vida de nenhuma das domésticas

Outro fato que envolve a polêmica da lei, discutida até pela direitista revista Veja, é o papel das tarefas do lar. É justo e necessário que as tarefas domésticas sejam divididas entre homens e mulheres neste momento, no entanto a responsabilidade não está fechada dentro da intimidade do lar.

As tarefas domésticas geraram tanta polêmica porque sem elas é impossível se organizar para voltar ao trabalho no dia seguinte ou ainda criar filhos. E por isso essas tarefas não podem ser reponsabilidade individual de cada um, o Estado e os patrões devem ser responsáveis por disponibilizar formas de os trabalhadores reporem suas energias, se alimentarem e terem filhos, sem enormes sacrifícios pessoais.

Não é à toa que várias empresas pagam lavanderias para seus executivos, reembolsam qualquer refeição ou pagam flat´s e hotéis.  Os grandes empresários , a burguesia, há muitos anos sabe que a forma como seus funcionários dormem, vivem ou se alimentam influencia diretamente na sua produtividade. Por isso criaram, por exemplo, ainda no inicio do século XX Vilas Operárias onde a vida fora da fábrica também podia ser controlada.

O Estado precisa garantir creches próximas aos locais de trabalho, restaurantes públicos e lavanderias coletivas, essa medida libertaria as mulheres das repetitivas tarefas domésticas, possibilitaria que muitas mães pudessem trabalhar e avós descansassem em sua velhice. Melhoraria a vida de todas as mulheres trabalhadoras, inclusive das empregadas domésticas.

Texto extraído do blog do Movimento Mulheres em Luta: http://mulheresemluta.blogspot.com.br

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